quinta-feira, 3 de março de 2011

Lea T, dá um close neles!

No último mês de janeiro, uma modelo (além de Gisele Bündchen, que desfilou exclusivamente para a marca de jeans Colcci) causou frisson na São Paulo Fashion Week. O nome dela é Lea T., uma moça de uma beleza diferente, morena, cabelos compridos e o melhor: brasileira.
Lea T. está em 40º lugar no ranking de modelos no site models.com, especializado em top models. Lea desfilou exclusivamente para o estilista Alexandre Herchcovitch no Brasil e na Europa esteve na campanha da marca Givenchy (ela é muito próxima do estilista da marca Riccardo Tisci, sendo também sua assistente), e está na capa da revista inglesa (bem legal) Love ao lado de Kate Moss, além de ter fotografado para outros editoriais ao redor do mundo.
Até aí tudo comum. Mas o fato é que Lea se chama Leandro e é filha (ou filho) do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo. Ou seja, Lea é um transexual lindo, doce e, segundo dizem, bem divertido.
Não é a primeira vez que uma transexual ou travesti faz sucesso no mundo da moda. A maior representante é Roberta Close, que levou em meados dos anos oitenta o título de mulher mais linda do Brasil. Roberta teve uma árdua luta para a mudança de “masculino” para “feminino” em sua carteira de identidade, mesmo após ter feito a cirurgia de mudança de sexo.
O cantor Erasmo Carlos chegou a fazer uma música para ela com o sugestivo nome de “Close”. Desfilou para estilistas como Thierry Mugler (criador da roupa “motocicleta”, que Beyoncé usa em seus shows) e posou para várias revistas, inclusive Playboy.
Thelma Lipp foi outra que concorria com o título da mais linda ao lado de Roberta. Também posou nua para revistas, participou de filmes, peças e documentários, e foi jurada do programa de auditório do apresentador Bolinha. Thelma morreu em 2004 devido a um problema degenerativo cerebral.
Roberta Close, Thelma Lipp e Andrej Pejic
Roberta Close, Thelma Lipp e Andrej Pejic
No lado masculino há o modelo sérvio Andrej Pejic. Com traços extremamente femininos, magrinho, loiro e bem branco, desfilou para muitos estilistas, incluindo Jean Paul Gaultier, nesse, vestido de mulher. Andrej realmente causa dúvida quanto ao seu gênero quando o vimos estampando fotos em editoriais ou andando pela passarela.
Como já sabemos, a moda está cada vez mais livre, e sem preconceitos (ou assim esperamos que seja). Com a ajuda da moda, diminuímos diferenças e entendemos cada vez mais que essas pessoas das quais estamos falando são bonitas. Pessoas que aproveitando sua beleza resolveram trabalhar com isso. São modelos, cada um com sua identidade e especificidade. Comuns mas especiais. Como qualquer um de nós. E com corações que batem todos iguais.