sábado, 9 de abril de 2011

Pura nostalgia

No auge de uma revolução tecnológica fantástica que nos dá inúmeras possibilidades de realizar coisas nas mais diversas áreas como comunicação, fotografia, música, etc. estamos passando por um retorno aos clássicos. O que estaria acontecendo? Seria uma tentativa de impedir um avanço sem controle?

Uma das coisas que mais me impressiona é a quantidade de jovens da nova geração gostando cada vez mais de coisas como a fotografia analógica, trocando os CD’s pelo vinil, se interessando em possibilidades de reciclagem do velho para criar o novo… Mas é possível ainda espremer o que já foi tão espremido? Será que ainda rola de na mistura do retrô com o atual criar algo que seja inovador? Eu acho que ainda dá…
Na fotografia, o desejo por “polaróides”, ou as “Lomos” cresceu demais. Resultados imprevisíveis ou até mesmo com defeito (devido à falta de qualidade das máquinas) despertam a vontade de arriscar e tentar fazer imagens mais artísticas. O iPhone tem aplicativos até que imitam esses efeitos e é uma febre entre os que possuem o aparelho.

Na música além do retorno das vitrolas (que é vendida em lojas descoladas no mundo todo, como a Urban Outfitters) e do disco de vinil, os músicos estão usando aparelhos de efeitos sonoros antigos como tecladinhos de criança e moogs.

E na moda? Bem, a moda por si só já carrega o vai e vem das tendências e as décadas se revezam o tempo todo. Nessa temporada a Louis Vuitton trouxe o clima de um hotel de luxo antigo. Numa mistura geral, o que se via era pura nostalgia. Saltos altos, hot pants e corseletes brilharam na passarela. Rendas, anos 90, um pouco da era disco fazem parte do inverno brasileiro. Tudo antigo.

Marcas conceituais como a belga Martin Margiela trabalha há tempos com a idéia de retrabalhar peças antigas adquiridas em brechós. O estilista brasileiro Alexandre Herchcovitch está vendendo em sua loja uma coleção de tênis em que se utilizou de tecidos e materiais de roupas do seu próprio guarda roupas.
E a marca Rodarte criou uma série limitada de bolsas que são feitas de cintos antigos, costurados juntos. Lindas, por sinal.

Brechós e mais brechós abrem o tempo todo no mundo com roupas incríveis de época e que se pode achar verdadeiras relíquias. Recentemente em São Paulo a loja de decoração e design Micasa lançou um anexo em seu espaço com pecas vintage absurdas garimpadas ao redor do mundo, com a curadoria de Fábio Souza, dono do brechó A la Garçonne.

É o antigo se renovando o tempo todo. O velho que se torna novo, num efeito de quase fênix. O final de uma coisa para começo de outra, como qualquer coisa na vida.